quinta-feira, 15 de novembro de 2012





Alice Walker é uma escritora Norte americana nascida em 1944 na Georgia é mundialmente conhecida pela sua atuação nos movimentos civis e principalmente os direitos da mulher negra, é autora de vários trabalhos literários  destaca-se "a cor purpura" que foi traduzido para vários idiomas.A  autora recentemente se manifestou contra uma nova publicação deste livro em Hebraico em protesto e a favor dos direitos da Palestina."A cor purpura" também virou um filme de Spielberg protagonizado por Whoopy Goldberg e Oprah Winfrey em personagem secundaria que lembra a Myop de "the Flowers"

"The Flowers" conta a historia de uma menina, Myop, nome que é uma redução da palavra miopia, talvez porque uma criança apenas enxergue seu mundo interior,o da inocência. Este conto é de profundo simbolismo e relata a jornada de Myop que vai da infância para a dura realidade da vida.

Ernesto Cáceres

Martin Luther King


Martin Luther King, Jr. (Atlanta, 15 de janeiro de 1929Memphis, 4 de abril de 1968) foi um pastor protestante e ativista político estadunidense. Tornou-se um dos mais importantes líderes do movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos, e no mundo, com uma campanha de não violência e de amor ao próximo.
Um ministro Batista, King tornou-se um ativista dos direitos civis no início de sua carreira.[1] Ele liderou em 1955 o boicote aos ônibus de Montgomery e ajudou a fundar a Conferência da Liderança Cristã do Sul (SCLC), em 1957, servindo como seu primeiro presidente. Seus esforços levaram à Marcha sobre Washington de 1963, onde ele fez seu discurso "I Have a Dream".
Em 14 de outubro de 1964 King recebeu o Prémio Nobel da Paz pelo o combate à desigualdade racial através da não violência. Nos próximos anos que antecederam a sua morte, ele expandiu seu foco para incluir a pobreza e a Guerra do Vietnã, alienando muitos de seus aliados liberais com um discurso de 1967 intitulado "Além do Vietnã".
King foi assassinado em 4 de abril de 1968, em Memphis, Tennessee. Ele recebeu postumamente a Medalha Presidencial da Liberdade em 1977 e Medalha de Ouro do Congresso em 2004; Dia de Martin Luther King, Jr. foi estabelecido como um feriado federal dos Estados Unidos em 1986. Centenas de ruas nos EUA também foram renomeadas em sua homenagem.
Martin Luther King em 1964

http://pt.wikipedia.org/wiki/Martin_Luther_King_Jr.

Postado por: Antonio Marcos

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Artigo: O púrpura e a lavanda: o womanisn em A cor púrpura de Alice Walker

Artigo: A cor púrpura e Preciosa: histórias de rendição, rejeição e redenção

Entrevista II com Alice Walker

Do blog Literatura Subversiva por Josélia Aguiar:

TERÇA-FEIRA, 24 DE ABRIL DE 2012

Alice Walker diz que o governo Obama foi “um desastre”




Alice Walker tem a voz supreendentemente suave para o discurso incisivo com que recebe o interlocutor. Em todo o mundo, ela é a conhecida autora negra, nascida em 1944 no sul dos EUA, que venceu a pobreza com bolsas de estudo e escreveu A Cor Púrpura (José Olympio, 1982), livro sobre racismo e superação.

A obra lhe rendeu prêmios importantes, como o Pulitzer e o National Book Award, e foi adaptada por Steven Spielberg para o cinema – o filme foi indicado a 11 Oscars e ficou sem nenhum, frustração que só ampliou sua ressonância.
Os brasileiros podem tê-la perdido um pouco de vista desde então, mas sua trajetória prosseguiu com a publicação de mais de três dezenas de livros de ficção, poesia e ensaios, a criação de uma editora militante, a Wild Trees Press, e uma atuação por vezes ruidosa pelos direitos civis – chegou a ser presa, mas logo solta, por protestar contra a atuação americana na Faixa de Gaza em 2003.
“Nada, entre prêmios e fama, é mais importante do que o que sinto e quero dizer em defesa das minorias em todo o mundo”, explica à CULT, por telefone.
A princípio protocolar, por fim cálida, a senhora Walker quer saber no fim da conversa quantas horas durará a viagem de avião que a traz em abril ao Brasil pela primeira vez. A autora lança Rompendo o Silêncio – Uma Poeta Diante do Horror em Ruanda, no Congo Oriental e na Palestina/Israel (Bertrand Brasil) durante a 1ª Bienal de Brasília.
No livro, que combina um pouco de história e muitos depoimentos, conta como sobrevivem habitantes de regiões da África e do Oriente Médio que visitou entre 2006 e 2009. Durante o evento, vai tratar de um dos temas que lhe são mais caros: o narrador e o personagem afro-americanos como parte da consciência histórica é o tema da palestra às 18h do dia 20. Mais informações em www.bienalbrasildolivro.com.br.



CULT - O que mudou desde a década de 1960, quando iniciou sua trajetória como eloquente ativista em defesa dos direitos de negros e mulheres?


Alice Walker – Quando eu era estudante, os negros ainda lutavam para ter direito a voto no sul dos Estados Unidos. Sem dúvida houve avanço no que se refere à igualdade de negros e mulheres, porém é uma condição que só se alcança à medida que se tem dinheiro e educação. Para quem é pobre e não teve como estudar, a situação ainda é muito ruim. Em todo o mundo.
Nos Estados Unidos também?
Sim, as pessoas já se deram conta do quanto os Estados Unidos conseguem ser tão pouco democráticos. O movimento Occupy Wall Street é uma reação a esse quadro de desigualdade, é uma mobilização por reformas.


A senhora faz parte dos americanos que se decepcionaram com o governo Obama?
Foi um desastre. Veja como ele reagiu à crise do país e às guerras lá fora! O que fez o governo? Aumentou os impostos. Mas em vez de usar dinheiro para saúde e educação, reabilitou bancos e investiu em guerras. Os banqueiros, que eram responsáveis pela crise, são agora também parte do corpo administrativo do país.
No Afeganistão, a situação continua sem se resolver, o que não é difícil de entender, dada a posição estratégica numa região com tanto petróleo. Isso não só é desmoralizante para os EUA como põe o país em grande risco.


Rompendo o Silêncio é o resultado de visitas que fez para testemunhar situações de pobreza, dor, opressão e desespero em regiões da África e do Oriente Médio. Acredita no poder de uma obra para provocar mobilização?
Fiz o livro em um formato curto, rápido de ler, para que funcionasse quase como panfleto. A maioria das pessoas não vê o que eu vi. Fui testemunha de situações de vida que costumam estar fora das lentes da grande mídia e, principalmente, dos governos.
Acho importante que se saiba o que está acontecendo, como a violência e o sofrimento se apresentam em todas as partes. Sobretudo é preciso que entendam como as coisas chegaram até onde chegaram.


A senhora se refere ao processo histórico que levou grandes impérios a colonizar regiões da África e do Oriente Médio e, como diz no livro, tornou inimigos grupos que antes conviviam pacificamente, como é o caso de hutus e tutsis em Ruanda?
A história é a mesma sempre, não? No Brasil também houve a experiência da colonização. Era preciso roubar sua riqueza e fazê-los trabalhar.
O que não se percebe é como isso continua a acontecer. Não é possível libertar-se de situações de opressão se você não sabe qual é sua história, se não entende por que está nisso, se não reconhece como os opressores são mais fortes do que você porque têm não apenas mais armas, mas mais crueldade também.


Em 2003, a senhora chegou a ser presa por protestar na Casa Branca contra a atuação americana em Gaza. Pode contar sobre essa experiência? Além de sua prisão, o protesto levou a alguma reação do governo?
O que posso dizer da experiência? É a experiência de ser presa. Estávamos eu e um grupo de mulheres. Fiz o que podia fazer, que é protestar. Mas o governo não se importou. Basicamente nos ignoraram. Na semana seguinte, realizaram outra investida bélica.


A certa altura do livro, a senhora conta que diante de tantas cenas de dor e desespero foi preciso buscar conforto nas religiões orientais. Como funcionou essa conexão com a espiritualidade?
Era crucial ter esse tipo de ajuda. Faz tempo que estudo o taoísmo e o budismo. Não sou praticante, mas acredito que ajudam a nos fortalecer e, principalmente, a nos dar coragem para evitar a imobilização, para agir. As adversidades são tantas e tão pungentes que é quase impossível se manter ativo sem alguma conexão espiritual, sobretudo crianças e mulheres, que são particularmente vulneráveis.


A senhora mantém um blog bastante ativo. Como usa esse espaço para ter notícias e divulgá-las?
É um blog mais artístico que ativista. Publico ali relatos do que vejo, a maioria sob a forma de poemas.


Tem notícias das pessoas que encontrou e que cita no livro?
De algumas, ainda tenho, sim. Não é muito fácil para elas ter acesso a meios de comunicação, como a internet, por exemplo.


O que pensa em fazer em sua primeira visita ao Brasil?
Vou visitar Brasília. Pelo que me disseram, é uma parte do Brasil que se parece pouco com o próprio Brasil, não? Gostaria de visitar lugares como a Bahia. Um dia espero conhecer mais a fundo o país, para entender como é esse espírito brasileiro, que, pelo que entendi, tem a ver com uma habilidade para aceitar a vida, manter a coragem.


Fonte: Revista CULT
Site:http://revistacult.uol.com.br/home/


Disponível em http://litsubversiva.blogspot.com.br/2012/04/alice-walker-diz-que-o-governo-obama.html  Acesso em 14 de novembro de 2012

Entrevista I com Alice Walker


Do site do Estadão, blog: A BIBLIOTECA DE RAQUEL de Raquel Cozer. Entrevista realizada no dia 06 de agosto de 2011: 

Literatura e ideologia: uma entrevista com Alice Walker 

Gostaria de dizer que planejamos tudo desde o começo, mas foi coincidência, mesmo. A capa do Sabático de hoje é um texto, veja bem, cedido pessoalmente pelo Prêmio Nobel de Literatura de 2000, Gao Xingjian, ao repórter Jotabê Medeiros durante um evento em Turim, algumas semanas atrás. O tema: os embates entre ideologia e literatura. “Podemos dizer que a ideologia foi o mal do século”, argumenta Xingjian. 

E tive a confirmação da entrevista por telefone com Alice Walker, Pulitzer de ficção e National Book Award de 1983 por A Cor Púrpura, só na quarta-feira à noite, quando a capa já estava diagramada. Conversei com ela na quinta à tarde, horas antes do fechamento, sobre o livro Rompendo o Silêncio, da Bertrand Brasil, uma seleção de narrativas sobre os dias que ela passou no Congo Oriental, em Ruanda e no Oriente Médio. E a questão é que a literatura de Alice Walker, seja nos romances, seja na poesia, seja nos ensaios, é tão impregnada de ativismo que ela diz achar “impossível” a ideia de uma escrita literária sem ideologia. 

Publicados juntos, os dois textos dão margem para uma boa reflexão. Segue a entrevista com ela, veiculada também hoje no Sabático. 

*** 







Alice Walker e a dor do mundo 

Raquel Cozer – O Estado de S.Paulo 

“Nunca soube disso que você está falando. Tem certeza de que era eu?”, pergunta a norte-americana Alice Walker, num dos únicos momentos da conversa por telefone com o Sabático em que seu tom de voz, sempre controlado, trai alguma emoção, algo como surpresa ou desconfiança. Havia sido questionada sobre o recente destaque, pela revista Forbes, de seu nome entre as dez escritoras mais poderosas do mundo – isso quase 20 anos após ter escrito A Cor Púrpura (1982), obra que rendeu o primeiro Pulitzer de ficção e o primeiro National Book Award entregues a uma afro-americana. “Nunca vi uma Forbes, não tenho a menor pista do que exista dentro dela”, conclui, após a confirmação de que seu nome figurava mesmo ao lado do de Toni Morrison e J.K. Rowling na eclética lista da publicação norte-americana. 

Desde muito antes de sua mais famosa obra, adaptada ao cinema em 1983 por Steven Spielberg, Alice não quer saber o que a grande mídia tem a dizer. Mais que isso, tenta sobrepor sua voz à da imprensa do Ocidente. Poeta e ensaísta, além de romancista, a autora de 62 anos, nascida na Georgia, busca fazer ouvir os lamentos das minorias: negros, mulheres, palestinos. Recém-lançado no Brasil, Rompendo o Silêncio – Uma Poeta Diante do Horror em Ruanda, no Congo Oriental e na Palestina/Israel é um exemplo claro. O volume reúne narrativas tão sucintas quanto pungentes sobre duas viagens que fez a convite de organizações internacionais, para a África, em 2006, e para o Oriente Médio, em 2009. São histórias como a da mulher congolesa que teve a perna cortada por pistoleiros, que fritaram e picaram o naco de carne para tentar obrigar os filhos dela a comer. Ou a do judeu que desistiu de visitar Israel porque, nascido enquanto o território ainda se chamava Palestina, era despido e humilhado cada vez que apresentava seus documentos no país. 

Alice Walker tem opiniões veementes que chegaram a lhe custar o contato com a filha, Rebecca. Antes do afastamento, a jovem lançou as memórias Black White and Jewish, sobre como o relacionamento complexo dos pais afetou sua identidade – o ex-marido de Alice, com quem a escritora ainda mantém uma relação amigável, é judeu. Na entrevista a seguir, a autora fala sobre ideologia e literatura (tema, aliás, do artigo de Gao Xingjian). Ela defende que a segunda não pode existir sem a primeira. 

Por que resolveu juntar as viagens para a África e para o Oriente Médio, feitas em dois momentos diferentes, em um único livro? 

Queria mostrar a similaridade entre as atrocidades em Ruanda, no Congo Oriental e na Palestina, porque a maioria das pessoas pensa que essas coisas horríveis em Ruanda ou no Congo só ocorrem em lugares como a África. Mas o que você vê, quando vai ao Oriente Médio, é que o governo israelense bombardeia Gaza por 22 dias e destrói pessoas de formas que nem podemos imaginar. Eles têm bombas que, ao explodir, enviam partículas para dentro dos corpos de pessoas a milhas de distância. E essas feridas não saram, continuam a queimar e apodrecer. As bombas também arrancam extremidades dos corpos; você perde seu braço ou sua perna, mas não há sangue. Isso é similar à maneira como, em Ruanda, as pessoas usam facões para cortar ossos e os corpos das outras. Eu queria fazer os leitores entenderem que a forma mecânica como os assassinatos acontecem na guerra de países civilizados não é nada mais aprimorado que os crimes cometidos face a face num país mais pobre. 

Como foi saber de histórias como aquelas, sabendo que escreveria sobre elas depois? 

Tomou muito tempo, porque era uma dor intensa. Só de ver e entender o que estava acontecendo tomou tempo. Precisei de amigos que sentassem comigo, me deixassem chorar e ouvissem o que eu tinha testemunhado. Especialmente sobre a mulher cuja perna foi cortada fora. Foi difícil para mim e para eles, é difícil para o mundo. Temos um planeta em que as pessoas fazem coisas assim, e o que podemos fazer a respeito? É por isso que escrevo. Para dividir com o mundo o que vi e essa pergunta. 

Em obras como A Cor Púrpura, você escreve sobre violências como essa em seu país. É muito diferente o olhar como visitante? 

Muito, embora meu país também tenha história brutal. Meu país fez para os nativos americanos o que vem sendo feito aos palestinos. É crucial entender sua própria história antes de vê-la repetida em outros lugares. As pessoas que não conhecem seu próprio país podem viajar o mundo e nunca vão entender que estão vendo sua história na violência contra outros povos hoje. E a verdade é que uma minoria dos americanos chega a viajar para exterior, então a maioria conhece só o que a mídia diz. 

Desde quando você é envolvida com o ativismo em defesa dos palestinos? 

Comecei a escrever sobre a situação palestina nos anos 70. Há um texto que escrevi quando da invasão, do massacre, dos grandes desastres no Líbano quando o governo israelense seguiu os refugiados até lá e os matou. Mas comecei a me preocupar muito antes disso, na Guerra de 1967. Eu tinha acabado de me casar com um judeu. Ele achava normal que os israelenses pegassem todas aquelas terras que tinham pego na guerra, e eu não achava. Tenho falado e escrito sobre isso já há algum tempo. Quando você me ligou, agora mesmo, eu estava distraída porque escrevia um poema sobre… Em Gaza, não sei se você sabe, os israelenses bombardeiam o sistema de água dos palestinos, então 90% da água da região não é potável. Ajudei uma organização a instalar um sistema… Bem, um pequeno sistema de água, porque ninguém pode bancar com algo muito grande. Então, estava escrevendo um poema sobre quando você vê as pessoas aplaudirem alguém que acabou de bombardear o sistema de água de um povo. Isso aconteceu recentemente, quando Benjamin Netanyahu (premier de Israel) veio aos Estados Unidos. Ele foi ovacionado muitas vezes, e não tenho certeza de que as pessoas saibam que ele bombardeia o sistema de água de um povo cujas crianças, sem a ajuda dos outros, não teriam nenhuma água para beber. 

Chama atenção no livro a forma direta, sem adjetivos, como você descreve as atrocidades que testemunha ou lhe são contadas

Isso é porque sou contadora de histórias. É deliberado. Isso é mais forte que o jornalismo, acho que porque contar histórias é algo muito mais antigo. Eu, por exemplo, prefiro ouvir audiolivros, porque sinto que, quando me contam um história, posso entendê-la melhor emocionalmente. Em Rompendo o Silêncio, tento conectar nosso tempo ao de Joseph Conrad (1857-1924), o înglês de origem polonesa que escreveu O Coração das Trevas. Nesse livro, que inspirou Apocalipse Now (1979), ele fala sobre o horror na África subsaariana. Esse é um tipo de conexão literária que faço. Também por isso as histórias surgem como um diário de viagem. O personagem dele desce o rio do Congo a barco; eu viajei de ônibus e avião. 

Você é conhecida como uma voz feminista, mas uma história que chama a atenção no livro é a da mulher judia cujo marido não volta a Israel porque é sempre humilhado… 

Eu me preocupo com todo mundo, mas a história das mulheres tem sido constantemente, nos últimos 2 mil anos, pelo menos, suprimida ou ignorada. É por isso que a literatura não é feminina. Então, quando vou a algum lugar, quero saber o que as mulheres têm a dizer porque elas tendem a ser silenciadas. Você mesmo deve saber disso. 

Você descreve os EUA como terroristas… 

Acho que qualquer um que começa uma guerra contra qualquer povo é um terrorista. Você não pode fazer uma guerra sem ser terrorista. Como você poderia? As pessoas estão aterrorizadas, você as está matando, elas não têm como escapar. Se isso não é terrorismo, o que é? 

Você foi eleita há pouco pela Forbes uma das dez escritoras mais poderosas do mundo. Como essa ideia soa para você? 

Nunca soube disso que você está falando, Tem certeza de que era eu? 

Sim, faz uns dois meses, numa lista que incluía [a Prêmio Nobel] Toni Morrison e J.K Rowling. 

Ora, bem. Nunca vi uma Forbes, não tenho a menor pista do que exista dentro dela. Acho que uma coisa boa é saber que, se você não pode mudar de vez o mundo, pode fazer isso um pouco só, usando a imaginação, papel e lápis ou computador. Vale pensar que é possível ensinar às crianças que tentar erradicar povos é uma ideia terrível. 

Você não teria interesse em fazer literatura sem mensagem política ou social? 

Não, não, isso é impossível. A ideia de que você possa fazer arte sem mensagem política ou social é absurda, mas querem nos dizer isso porque sabem que os povos do terceiro mundo, especialmente mulheres, sempre terão algo crítico a dizer. 




quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Anos 20 - As Melindrosas

No século XX, a moda deixa de ser encarada como uma atividade frívola. A moda se democratiza e se torna ao alcance de todos, por causa da industrialização de roupas em grande escala, e, principalmente, devido à difusão feita pelos meios de comunicação em massa.

Com a Primeira Guerra Mundial, as sufragistas, as epidemias, o desastre do Titanic e a popularização do cinema mudo, o mundo se transformou, gerando reflexos na moda. Sobretudo as influências da Grande Guerra convencem que a moda está diretamente ligada às modificações que atingem a sociedade em seus vários aspectos, pois a vida social ficou limitada, os espetáculos praticamente desapareceram, as mulheres de classe alta foram convocadas para ajudar em enfermarias, orfanatos e outros setores, e, as de classe mais baixa foram exercer ofícios masculinos em fábricas.

As mudanças na vida social, de certa forma tornaram mais aceitáveis as simplificações antes propostas por Paul Poiret. Nessa época surgiu o soutien, criado por Mary Phelps. A influência oriental veio à tona pelas mãos de Paul Poiret, que inseriu modelos exóticos, mas simples e coloridos.
No pós-guerra, o período conhecido como Années Folles (Anos Loucos), a alta-costura voltou-se para uma nova clientela: atrizes, atores, escritores e outros artistas, além de americanos que enriqueceram com a guerra, e uns poucos nobres que subsistiram. Esse novo público frequentava boates da moda, onde o jazz fazia sucesso. Montparnasse tornou-se o "bairro da moda" em Paris. Segundo Hemingway, Paris era, para os artistas, uma "permanente festa”.

1.929
GRUPO: Francisco, Letícia Garcia e Marina

F. SCOTT FITZGERALD


Nascimento: Francis Scott Key Fitzgerald, 24 de setembro de 1896 (St.Paul, EUA).
Morte: 21 de dezembro de 1940 (Hollywood, EUA).

Estilo e gênero: Fitzgerald forneceu um toque de elegância à decadência da era do jazz. Seus personagens transbordam com indiferença e imensos e fatais defeitos.

        F.Scott Fitzgerald levou a vida em ritmo veloz, como se já previsse a brevidade da sua existência. A paixão de escrever moldou sua personalidade desde cedo e as primeiras histórias foram publicadas em uma revista da escola. Oriundo de família católica irlandesa, ingressou na Universidade de Princeton, mas não chegou a se formar. Durante a Primeira Guerra Mundial, ele entrou para o Exército como voluntário, mas continuou a escrever matérias para revistas e letras para canções, e também a tentar, sem sucesso, a publicação do primeiro romance, The Romantic Egoist (1917). Depois da guerra, Fitzgerald trabalhou em publicidade, experiência que afiou a visão enfastiada e cínica que transmitiria nos romances.
Fitzgerald era a personificação da era do jazz - e ele tornou a própria era do jazz um personagem decisivo em toda a sua obra.
        Seus personagens, tão atraentes e cheios de vida, frequentemente se condenam a inevitáveis fracassos e misérias, pois o excesso cobra um preço e costuma levar à tragédia, deprimente denúncias sobre a vida do próprio Fitzgerald. Ele criou a "melindrosa", mulher moderna, independente e muitas vezes polêmica. Casou-se com uma: o diálogo pronunciado por suas personagens frequentemente saía da boca de sua esposa, Zelda Sayre.
        Com o primeiro sucesso, Este lado do paraíso, os Fitzgerald dispuseram de renda para viajar muito e levar uma existência privilegiada e glamourosa. Viviam em permanente estado de tensão e hedonismo e Fitzgerald escreveu intensamente sobre o assunto, incorporando experiências pessoais a suas obras de ficção, como Os belos e malditos - nome bem sugestivo - e seu livro mais famoso, O grande Gatsby. A esquizofrenia da esposa e suas tentativas de lidar com o problema são descritas de forma amorosa e trágica em Suave é a noite. Ele morreu antes de concluir o romance O último magnata. A obra, o estilo e a vida de Fitzgerald levaram a textos subversivos e underground, exemplificados por Jack Kerouac nos anos 1960.
Fitzgerald não legou para os Estados Unidos apenas a era do jazz retratada em palavras, mas também abriu as portas para que fossem expostos os elementos menos palatáveis da vida.

Principais obras:

Romances
Este lado do paraíso, 1920
Os belos e malditos, 1922
O grande Gatsby, 1925
Suave é a noite, 1934
O último magnata, 1941

Contos
Flappers and Philosophers, 1920
Contos da era do jazz, 1922
All the Sad Young Men, 1926
The Pat Hobby Stories, 1962
The Collected Short Stories of F. Scott Fitzgerald, 2000

Não ficcção
The Crack-up, 1945


 O rosto de uma moça flutua sobre Coney Island na capa de O grande Gatsby, 1925


Texto: 501 Grandes escritores - Julian Patrick - Editor Geral.


Postado pelo grupo: Adriane, Ana Paula e Edmar.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

GUERNICA DE PICASSO

Exposta atrás de um vidro à prova de balas no Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, em Madri, está Guernica, a obra que talvez seja a melhor expressão do horror e da brutalidade da guerra desde a série de águas-fortes Desastres da Guerra, de Francisco Goya (c.1810-1820).





Em 1936, quando a Guerra Civil Espanhola eclodiu, Picasso vivia na França. Leal à república, ele foi incumbido pelo governo espanhol de pintar uma tela para a Exposição Universal de 1937, em Paris. Em abril, contudo, a cidade basca de Guernica foi bombardeada durante um ataque nazista que matou 1.600 pessoas. Picasso se inspirou nesse evento para criar sua vigorosa obra de protesto contra os fascistas liderados pelo generalíssimo Francisco Franco.
A tela, com 3,5m por 7,8m, é pintada em cinza e branco. Seus tons monocromáticos refletem a tristeza do evento e conferem à pintura uma impressão de relato. Suas exuberantes imagens dão vazão a várias interpretações - um touro, um cavalo, uma lâmpada; pessoas correndo, atônitas, com a agonia e o horror estampados no rosto, uma arma com uma flor e uma espada partida. Picasso, contudo, se recusava a esclarecer o possível significado desses símbolos. Já o significado da famosa imagem da mulher chorando sobre o corpo do filho morto é obvio.

No vídeo abaixo uma exploração em 3D de Guernica:



Postado por : Andre A. Felintro
Texto adaptado de : Blog do professor Emerson
Acesso em 26/09/2012 ás 12:07

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Langston Hughes and His Poetry


 Langston Hughes
James Langston Hughes was born February 1, 1902, in Joplin, Missouri. His parents divorced when he was a small child, and his father moved to Mexico. He was raised by his grandmother until he was thirteen, when he moved to Lincoln, Illinois, to live with his mother and her husband, before the family eventually settled in Cleveland, Ohio. It was in Lincoln, Illinois, that Hughes began writing poetry. Following graduation, he spent a year in Mexico and a year at Columbia University. During these years, he held odd jobs as an assistant cook, launderer, and a busboy, and travelled to Africa and Europe working as a seaman. In November 1924, he moved to Washington, D.C. Hughes's first book of poetry, The Weary Blues, was published by Alfred A. Knopf in 1926. He finished his college education at Lincoln University in Pennsylvania three years later. In 1930 his first novel, Not Without Laughter, won the Harmon Gold Medal for Literature.




Hughes, who claimed Paul Lawrence Dunbar, Carl Sandburg, and Walt Whitman as his primary influences, is particularly known for his insightful, colorful portrayals of black life in America from the twenties through the sixties. He wrote novels, short stories and plays, as well as poetry, and is also known for his engagement with the world of jazz and the influence it had on his writing, as in "Montage of a Dream Deferred." His life and work were enormously important in shaping the artistic contributions of the Harlem Renaissance of the 1920s. Unlike other notable black poets of the period—Claude McKay, Jean Toomer, and Countee Cullen—Hughes refused to differentiate between his personal experience and the common experience of black America. He wanted to tell the stories of his people in ways that reflected their actual culture, including both their suffering and their love of music, laughter, and language itself.

Langston Hughes died of complications from prostate cancer in May 22, 1967, in New York. In his memory, his residence at 20 East 127th Street in Harlem, New York City, has been given landmark status by the New York City Preservation Commission, and East 127th Street has been renamed "Langston Hughes Place."

In addition to leaving us a large body of poetic work, Hughes wrote eleven plays and countless works of prose, including the well-known “Simple” books: Simple Speaks His Mind, Simple Stakes a Claim, Simple Takes a Wife, and Simple's Uncle Sam. He edited the anthologies The Poetry of the Negro and The Book of Negro Folklore, wrote an acclaimed autobiography(The Big Sea) and co-wrote the play Mule Bone with Zora Neale Hurston.

Langston Hughes

I, Too, Sing America                          


I, too, sing America.
 
I am the darker brother.
They send me to eat in the kitchen
When company comes,                          
But I laugh,
And eat well,
And grow strong.
 
Tomorrow,
I'll be at the table
When company comes.
Nobody'll dare
Say to me,
"Eat in the kitchen,"
Then.
 
Besides, 
They'll see how beautiful I am
And be ashamed--
 
I, too, am America.

David Kresh, from Library Of Congress - Washington D. C., discusses Langston Hughes and His Poetry on the following video.

 






Let America Be America Again

Let America be America again. Let it be the dream it used to be.
Let it be the pioneer on the plain
Seeking a home where he himself is free.

(America never was America to me.)

Let America be the dream the dreamers dreamed--
Let it be that great strong land of love
Where never kings connive nor tyrants scheme
That any man be crushed by one above.

(It never was America to me.)

O, let my land be a land where Liberty
Is crowned with no false patriotic wreath,
But opportunity is real, and life is free,
Equality is in the air we breathe.

(There's never been equality for me,
Nor freedom in this "homeland of the free.")

Say, who are you that mumbles in the dark?
And who are you that draws your veil across the stars?

I am the poor white, fooled and pushed apart,
I am the Negro bearing slavery's scars.
I am the red man driven from the land,
I am the immigrant clutching the hope I seek--

And finding only the same old stupid plan
Of dog eat dog, of mighty crush the weak.
I am the young man, full of strength and hope,
Tangled in that ancient endless chain
Of profit, power, gain, of grab the land!
Of grab the gold! Of grab the ways of satisfying need!

Of work the men! Of take the pay!
Of owning everything for one's own greed!

I am the farmer, bondsman to the soil.
I am the worker sold to the machine.
I am the Negro, servant to you all.
I am the people, humble, hungry, mean--

Hungry yet today despite the dream.
Beaten yet today--O, Pioneers!

I am the man who never got ahead,
The poorest worker bartered through the years.
Yet I'm the one who dreamt our basic dream

In the Old World while still a serf of kings,
Who dreamt a dream so strong, so brave, so true,
That even yet its mighty daring sings
In every brick and stone, in every furrow turned
That's made America the land it has become.

O, I'm the man who sailed those early seas
In search of what I meant to be my home--
For I'm the one who left dark Ireland's shore,
And Poland's plain, and England's grassy lea,
And torn from Black Africa's strand I came
To build a "homeland of the free."

The free?
Who said the free? Not me?
Surely not me? The millions on relief today?
The millions shot down when we strike?
The millions who have nothing for our pay?

For all the dreams we've dreamed
And all the songs we've sung
And all the hopes we've held
And all the flags we've hung,

The millions who have nothing for our pay--
Except the dream that's almost dead today.

O, let America be America again--
The land that never has been yet--
And yet must be--the land where every man is free.

The land that's mine--the poor man's, Indian's, Negro's, ME--
Who made America,
Whose sweat and blood, whose faith and pain,
Whose hand at the foundry, whose plow in the rain,
Must bring back our mighty dream again.

Sure, call me any ugly name you choose--
The steel of freedom does not stain.
From those who live like leeches on the people's lives,
We must take back our land again,
America!

O, yes,
I say it plain,
America never was America to me,
And yet I swear this oath--
America will be!

Out of the rack and ruin of our gangster death,
The rape and rot of graft, and stealth, and lies,
We, the people, must redeem
The land, the mines, the plants, the rivers.

The mountains and the endless plain--
All, all the stretch of these great green states--
And make America again!

From The Collected Poems of Langston Hughes, published by Alfred A. Knopf, Inc.
Copyright‚ © 1994 the Estate of Langston Hughes. Used with permission.

Po' Boy Blues

When I was home de,
Sunshine seemed like gold.
Since I come up North de
Whole damn world's turned cold.
I was a good boy,
Never done no wrong.
Yes, I was a good boy,
Never done no wrong,
But this world is weary
An' de road is hard an' long.

I fell in love with
A gal I thought was kind.
Fell in love with
A gal I thought was kind.
She made me lose ma money
An' almost lose ma mind.Weary, weary,
Weary early in de morn.
Weary, weary,
Early, early in de morn.
I's so weary
I wish I'd never been born.

From The Collected Poems of Langston Hughes, published by Alfred A. Knopf, Inc.Copyright, © 1994 the Estate of Langston Hughes

 
A Selected Bibliography



Poetry

Ask Your Mama: 12 Moods for Jazz (1961)
Collected Poems of Langston Hughes (1994)
Dear Lovely Death (1931)
Fields of Wonder (1947)
Fine Clothes to the Jew (1927)
Freedom's Plow (1943)
Montage of a Dream Deferred (1951)
One-Way Ticket (1949)
Scottsboro Limited (1932)
Selected Poems (1959)
Shakespeare in Harlem (1942)
The Dream Keeper and Other Poems (1932)
The Panther and the Lash: Poems of Our Times (1967)

The Weary Blues (1926)

Prose

Good Morning, Revolution: Uncollected Social Protest Writings by Langston Hughes (1973)
I Wonder as I Wander (1956)
Laughing to Keep From Crying (1952)
Not Without Laughter (1930)
Remember Me to Harlem: The Letters of Langston Hughes and Carl Van Vechten, 1925-1964 (2001)
Simple Speaks His Mind (1950)
Simple Stakes a Claim (1957)
Simple Takes a Wife (1953)
Simple's Uncle Sam (1965)
Something in Common and Other Stories (1963)
Tambourines to Glory (1958)
The Arna Bontemps-Langston Hughes Letters (1980)
The Big Sea (1940)
The Langston Hughes Reader (1958)
The Ways of White Folks (1934)

Drama

Black Nativity (1961)
Collected Works of Langston Hughes, vol. 5: The Plays to 1942: Mulatto to The Sun Do Move (2000)
Don't You Want to Be Free? (1938)
Five Plays by Langston Hughes (1963)
Little Ham (1935)
Mulatto (1935)
Mule Bone (1930)
Simply Heavenly (1957)
Soul Gone Home (1937)
The Political Plays of Langston Hughes (2000)

Poetry in Translation

Cuba Libre (1948)
Gypsy Ballads (1951)
Selected Poems of Gabriela Mistral (1957)

 Translation

Masters of the Dew (1947)


Internet
 
http://www.anisfield-wolf.org/2012/03/get-to-know-langston-hughes/

Synopsis from the video that you can see at the link above, by

Bio.channel.


Langston Hughes was born February 1, 1902, in Joplin, Missouri. He published his first poem in 1921. He left Columbia University after one year, traveling and supporting himself with odd jobs. His poetry was later promoted by Vachel Lindsay, and Hughes published his first book in 1926. He wrote poetry, stories, and plays, as well as a popular column for the Chicago Defender. He died May 22, 1967.

Quotes

Humor is laughing at what you haven't got when you ought to have it.

– Langston Hughes
Another Profile

Poet, writer, playwright. Born February 1, 1902 in Joplin, Missouri. After publishing his first poem, "The Negro Speaks of Rivers" (1921), he attended Columbia University (1921), but left after one year to work on a freighter, traveling to Africa, living in Paris and Rome, and supporting himself with odd jobs. After his poetry was promoted by Vachel Linday, he attended Lincoln University (1925–9), and while there his first book of poems, The Weary Blues (1926), launched his career as a writer.

As one of the founders of the cultural movement known as the Harlem Renaissance, which he practically defined in his essay, "The Negro Artist and the Racial Mountain" (1926), he was innovative in his use of jazz rhythms and dialect to depict the life of urban blacks in his poetry, stories, and plays. Having provided the lyrics for the musical Street Scene (1947) and the play that inspired the opera Troubled Island (1949), in the 1960s he returned to the stage with works that drew on black gospel music, such as Black Nativity (1961).

A prolific writer for four decades, he abandoned the Marxism of his youth, but never gave up protesting the injustices committed against his fellow African Americans. Among his most popular creations was Jesse B Semple, better known as "Simple," a black Everyman featured in the syndicated column he began in 1942 for the Chicago Defender.

In his later years, Hughes completed a two-volume autobiography and edited anthologies and pictorial volumes. Because he often employed humor and seldom portrayed or endorsed violent confrontations, he was for some years disregarded as a model by black writers, but by the 1980s he was being reappraised and was newly appreciated as a significant voice of African-Americans.

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Postado pelo grupo de APS : Alessandra, Fernando, Maria das Dores e Sandra.